quinta-feira, 14 de março de 2013

O Majestic







The splendor of the “Belle Époque

In December 17th 1921, the architect João Queirós opened a luxurious café called Elite, in Santa Catarina Street, the most central place of the city. More than a café, Majestic tells the story of Oporto in the 20’s, of politic clubs and debates. Oporto of the “Belle Époque”, of writers and artists. Majestic illuminated the sidewalk with its New Art decoration.
That was the day of the inauguration. There were many people who went to that point of town only to see the splendid new building that had just joined the architectural landscape of Oporto. It pleased not only intellectuals and vagrants, but also ladies of the high society that took there their tea or their ice-cream.

Although the opening was a success, the name of the building gave him a monarchical aura that didn’t match with the republican, bourgeois and chic environment. The glamour and Parisian cultural elite were references to the Portuguese culture back then, having influenced the choice of the new name – Majestic – full of ‘’Belle Époque’s” charm. 

In a place that is art by self-merit, students and teachers of Belas Artes’ School of Oporto and artists like Júlio Resende would get together to break new grounds and artistic motivations, to propose ruptures, to criticize formalisms, conceptualizing new ways or simply to hear what was said then. 

The Majestic Café, inspired in Marques da Silva’s work, remains till today as one of the most beautiful and representative examples of New Art in Oporto. The building, founded in 1916 in Santa Catarina Street with Passos Manuel Street, predicted the existence of establishments facing the pedestrian street. The imposing marble façade, with aspects of sinuous forms, shows the good decorative style of the time. Three elegant frontispieces mark the façade, limited by a rectangular section, torn in glass. On top, a fronton caps the composition with the initials of Majestic. Two children side its name that, in an amusing way, invite the client to go in. 

Inside the café the decoration is New Art. The symmetry of the curved wooden frames and the decorative details catch the attention. Big mirrors marked by the time, intercalated with lamps of worked metal, set out the walls in an intelligent optic game of amplitude, which gives a bigger dimension than it really is. Stucco sculptures, representing human faces, denuded figures and big flowers, confirm the sensual taste, while two lines of embossed leather seats replacing the originals in red velvet create a sensation of deep and elegant coziness. 

The sinuous border of the mirrors’ frames, lamps’ luminosity, the details in marble and cheerful busts, which extend from the walls to the ceiling, give the café a golden and comfortable ambience, instigating to rest and small talk. Majestic emanates an atmosphere of luxury, refinement and welfare. 

The inside terrace, built in 1925, is a corner with delicate outlines, with a small ladder and with a small balustrade, built like as if it was a winter garden. Under the direction of Pedro Mendes da Silva, this space represents a new era for Majestic. The construction of the bar and the connection to the café through a staircase allowed to open a new front to Passos Manuel Street, "…where will be put for sale port wine. For that, we picked the regional style of our architecture, not only to the construction of the bar, but also to barrier of the wall". The new front was subsequently idealized and executed following different molds of those used inside. If this is the international taste, the new space, without rejecting it, presents a new style, more rustic, expressing what later Raul Lino called “Portuguese home”. 

The numerous awards and the international recognition - "Prémio Especial de Café Creme" (1999), "Medalha de Prata de Mérito Turístico" (2000), "Medalha de Prata de Mérito Municipal - Porto" (2006), "Certificado do Prémio Mercúrio – O melhor do Comércio na área das empresas na categoria Lojas com História" (2011) and "Medalha Municipal Mérito – Grau Ouro" (2011), classified by Cityguides website as the 6th more beautiful café of the world and the Excellency Certificated of TripAdvisor – appeared with simplicity, giving it finally the fair prestige that for a long time had been forgotten.









O esplendor da "Belle Époque"
Em 17 de Dezembro de 1921 pela autoria do Arquitecto João Queiroz, abriu um luxuoso café com o nome de Elite, situado na rua Santa Catarina, o local mais central da cidade. Mais do que um café, o Majestic conta a história do Porto. O Porto dos anos vinte, das tertúlias políticas e do debate de ideias. O Porto da "Bélle Époque", dos escritores e dos artistas. O Majestic iluminava o passeio com a sua decoração Arte Nova.
Nesse dia já distante, o dia da inauguração ficou marcado na cidade. Foram muitos os que se dirigiram para esse ponto da cidade para conhecerem o novo edifício que se incrustava na paisagem arquitectónica portuense. Agradou a intelectuais e boémios mas também às senhoras da melhor sociedade que, em passeio, ali tomavam o chá ou um sorvete.
Embora a abertura ao público fosse um sucesso, a denominação atribuída ao estabelecimento dava-lhe uma aura monárquica que não condizia com o ambiente republicano, burguês e chic dos portuenses contemporâneos.
glamour e a elite cultural parisiense eram referências para a cultura portuguesa da altura, tendo influído a escolha do novo nome – Majestic – impregnado de charme "Belle Époque".
Num lugar que é, por mérito próprio, arte, não poderiam faltar os que a constroem. Alunos e professores da Escola de Belas Artes do Porto, juntavam-se a artistas de nomeada, como Júlio Resende, para desbravar novos caminhos e motivações artísticas, propor rupturas, criticar formalismos, conceptualizar novas formas, ou simplesmente para ouvir o que se dizia então.
O Café Majestic de traça ideada pelo arquitecto João Queiróz, inspirada na obra do seu mestre Marques da Silva, permanece ainda hoje como um dos mais belos e representativos exemplares de Arte Nova na cidade do Porto. O edifício, fundeado em 1916 no ângulo formado pelas ruas de Santa Catarina e Passos Manuel, previa, na memória descritiva da sua reconstrução, a existência de estabelecimentos virados para a rua pedonal.
A imponente fachada em mármore, dornada com aspectos vegetalistas de formas sinuosas, reflecte o bom estilo decorativista da altura. Um trio de elegantes portadas marca a frontaria, limitada por uma secção rectangular, rasgada em vidro. No topo um frontão coroa a composição com as iniciais do Majestic. Ladeiam-no duas representações de crianças que, divertidas, convidam o transeunte a entrar.
Dentro do estabelecimento, de planta rectangular, reina a linguagem Arte Nova. A simetria curvilínea das molduras em madeira e os pormenores decorativos cativam a observação. Grandes espelhos riscados pela idade, intercalados por candeeiros em metal trabalhado, delimitam as paredes num inteligente jogo óptico de amplitude, que lhe dá uma dimensão maior que a real.
Esculturas em estuque, representando rostos humanos, figuras desnudas e florões, confirmam o gosto ondulante e sensual, enquanto duas linhas de bancos em couro gravado, substituindo os originais em veludo vermelho, criam, em termos de perspectiva, uma sensação de profundidade e elegante aconchego.
O recorte sinuoso dos caixilhos da espelharia, a luminosidade dos candeeiros, os detalhes em mármore e os bustos sorridentes que se estendem das paredes ao tecto, conferem-lhe ambiência dourada e confortável, incitando ao repouso e à conversa amena. O Café Majestic emana uma atmosfera de luxo, requinte e bem-estar.
O pátio interior, construído em 1925, é um recanto de contornos delicados, com escada e balaustrada de pequenas dimensões, arquitectado como se de um jardim de Inverno se tratasse. Sob a direcção do mestre Pedro Mendes da Silva, este espaço simboliza uma nova era do Café Majestic. A construção do bar e da ligação ao café por meio de uma escadaria, permitiu abrir uma nova frente, a da rua Passos Manuel, "...onde será posto à venda vinho do Porto. Para isso, escolheu-se o estilo regional da nossa arquitectura, não só para a construção do bar, mas também para a vedação do muro".
A nova fachada foi subsequentemente idealizada e executada seguindo moldes diferentes dos adoptados para o interior. Se este é ao gosto internacional, o novo espaço, não o renegando apresenta um estilo mais rústico, manifestando o que mais tarde Raul Lino designou por casa portuguesa.
Os inúmeros prémios e o reconhecimento internacional - "Prémio Especial de Café Creme" (1999), "Medalha de Prata de Mérito Turístico" (2000), "Medalha de Prata de Mérito Municipal - Porto" (2006), "Certificado do Prémio Mercúrio - O melhor do Comércio na área das empresas na categoria Lojas com História" (2011) e "Medalha Municipal Mérito - Grau Ouro" (2011), classificado pelo site cityguides como o sexto café mais belo do mundo e o Certificado de Excelência da TripAdvisor - surgiram com naturalidade, devolvendo-lhe, finalmente, a justa notoriedade que, durante tantos anos, havia sido esquecida.




El esplendor de la “Belle Époque”

El día 17 de diciembre de 1921, bajo la autoría del arquitecto João Queiroz, abrió un lujoso café con el nombre de Elite, situado en la calle Santa Catarina, el lugar más céntrico de la ciudad. Más que un café, el Majestic narra la Historia de Oporto. El Oporto de los años veinte, de las tertulias políticas y los debates. Oporto de la “Bélle Époque”, de los escritores y artistas. El Majestic iluminaba el paseo con su decoración Arte Nova.
En aquel día ya distante, el día de la inauguración quedó marcado en la ciudad. Fueron muchos los que se dirigieron hacia ese lugar para conocer el nuevo edificio que se incrustaba en el paisaje arquitectónico portuense. Agradó a intelectuales y bohemios pero también a las mujeres de clase alta que, de paseo, paraban allí a tomar un café o un sorbete.
Aunque la apertura al público fuese un éxito, la denominación atribuida al establecimiento le daba un aura monárquica que no coincidía con el ambiente republicano, burgués y ‘chic’ de los portuenses contemporáneos.
El ‘glamour’ y la élite cultural parisina eran referencia para la alta cultura portuguesa, habiendo influido en la elección del nuevo nombre –Majestic- impregnado de encanto “Belle Époque”. En un lugar que es, por mérito propio, arte, no podían faltar los que lo construyen. Alumnos y profesores de la Escola de Belas Artes de Oporto, se unían con artistas de nombre como Júlio Resende, para explorar nuevos caminos y motivaciones artísticas, proponer subversiones, criticar formalismos, conceptualizar formas nuevas, o simplemente para escuchar lo que se decía entonces.

El Café Majestic ideado por el arquitecto João Queiróz, inspirado en la obra de su maestro Marques da Silva, permenece aún hoy como uno de los más bellos y representativos ejemplares de Santa Catarina y Passos Manuel, previa, en la memoria descriptiva de su reconstrucción, a la existencia de establecimientos girados hacia la calle peatonal.

La imponente fachada de mármol, adornada con aspectos vegetalistas de formas sinuosas, refleja el estilo decorativo de calidad. Un trío de elegantes portadas marca la fachada, limitada por una sección rectangular, labrada por vidrio. En la parte más alta un frontón corona la composición con las iniciales del Majestic. Lo flanquean dos representaciones de niños que, divertidos, invitan al transeúnte a entrar.
Dentro del establecimiento, de planta rectangular, reina la simbología Arte Nova. La simetría curvilínea de las molduras en madera y los pormenores decorativos atraen la mirada. Grandes espejos labrados por la edad, intercalados por quinqués en metal trabajado, delimitan las paredes en un inteligente juego óptico de amplitud, que le otorga una dimensión mayor de la real.
Esculturas estucadas, representando rostros humanos, figuras desnudas y florones, confirman el gusto ondulante y sensual, mientras dos líneas de bancos en cuero grabado, sustituyendo originales en terciopelo rojo, crean, en términos de perspectiva, una sensación de profundidad y elegante acomodo.
El recorte sinuoso de los marcos de los espejos, la luminosidad de los quinqués, los detalles en mármol y los bustos sonrientes que se extienden de las paredes al techo, le confieren una atmósfera dorada y confortable, incitando al reposo y a la conversación amena. El Café Majestic emana una atmósfera de lujo, refinamiento y bienestar.
El patio interior, construido en 1925, es un rincón de contornos delicados, con escaleras y balaustrada de pequeñas dimensiones, proyectado como si de un jardín de invierno se tratase. Bajo la dirección del maestro Pedro Mendes da Silva, este espacio simboliza una nueva era del Café Majestic. La construcción del bar y de la unión al café por medio de unas escalinatas, permitió abrir un nueva fachada, la de la calle Passos Manuel, "...donde será puesto a la venta vino de Oporto. Para eso, se eligió el estilo regional de nuestra arquitectura, no solo para la construcción del bar, pero también para la cerca del muro".
La nueva fachada fue consiguientemente idealizada y ejecutada según moldes diferentes de los adoptados para el interior. Si este es al gusto internacional, el nuevo espacio, no renegando de él, presenta un estilo más rústico, manifestando lo que más tarde Raul Lino designó por casa portuguesa.
Los innumerables premios y el reconocimento internacional - "Prémio Especial de Café Creme" (1999), "Medalha de Prata de Mérito Turístico" (2000), "Medalha de Prata de Mérito Municipal - Porto" (2006), "Certificado do Prémio Mercúrio - O melhor do Comércio na área das empresas na categoria Lojas com História" (2011) e "Medalha Municipal Mérito - Grau Ouro" (2011), clasificado por la web cityguides como el sexto café más bello del mundo y el Certificado de Excelência da TripAdvisor - surgieron con naturalidad, devolviéndole, finalmente, la justa popularidad que, durante tantos años, había sido olvidada.

1 comentário:

  1. Li a publicação do café piolho no Facee e encontrei o vosso blog, esta interessantíssimo, quando eu for a Portugal vou curtir as dicas, Prof Teógenes Tocantins - Brasil

    ResponderEliminar